CHOQUE LUMINOSO EM CANÁRIOS
Dr. Luiz Fernando da Rocha Dib "Revista UCCC - 1998"
Introduçăo
O denominado "choque luminoso" em canários ocorre, sobretudo, em pássaros alojados em canaris de pouca luminosidade. Portanto uma "doenca" que atormenta a grande maioria dos criadores pois, em geral săo adaptados locais nas respectivas residęncias para o desenvolvimento desta apaixonante criaçăo, e năo construídos locais próprios aos canários.
Ao longo dos anos, entretanto, embora o choque luminoso seja a causa de numerosas e sentidas perdas no diversos canaris, năo existia um tratamento eficiente contra o mesmo. A experięncia de vários criadores produziu atitudes paliativas de alguma eficięncia apenas nos choque brandos, que serăo apresentados a seguir. Este artigo tem por objetivo a descriçăo de um novo tratamento que deverá vir a ser bastante empregado, pois até o momento apresentou 100% de eficięncia nos choques denominados graves, isto é, em choque que seriam fatais aos pássaros caso năo fosse administrado o tratamento.
Ocorrência e Formas
O coque luminoso quando acontece, ocorre de forma imediata caso, ao transportar os pássaros, verifique-se uma marcante diferença de luminosidade de um ambiente para outro. Como exemplo, podemos citar casos que aconteceram após o transporte de canários, em geral feito em pequenas caixas do canaril para os locais de exposiçăo dos diversos clubes e vice-versa.
Contudo, a sua maior incidęncia acontece quando os pássaros săo levados para o banho de sol ou na sua volta para o alojamento. Situaçăo que é muito agravada no período de cria, pelo maior tempo de permanęncia dos canários nos ses alojamentos de baixa luminosidade, portanto tornaod-se mais sensíveis ŕs mudanças.
O choque luminoso apresenta-se desde as formas mais brandas, portanto maisa comuns, até as formas mais graves, em geral fatais.
As formas brandas apresentam os seguintes sintomas: piar rápido e contínuo, abertura do bico e grande diminuiçăo da mobilidade do pássaro, que se posiciona no fundo da gaiola, demonstrando perda de equilíbrio para permanecer no poleiro.
As formas graves ou fatais, mais raras, representam a progressăo das formas brandas de início dos choques, para quadros com os seguintes sintomas: crises convulsivas contínuas, movimentos rápidos e giratórios da cabeça, movimentos contínuos de uma asa e uma pata, perda de controle do controle motor das asas e patas. A intensidade e frequęncia desses sintomas ou levará o canário a uma invalidez permanente ou ao óbito imediato.
Os casos de invalidez levarăo, também, os canários ŕ morte, por falta de apetite e/ou dificuldades para uma alimentaçăo conveniente, em um prazo de alguns dias até superior a um ano, como já verificamos no nosso canaril. Por outro lado, nos casos de óbito imediato, isto é, num período de poucas horas após o início do choque, observa-se a ocorręncia de hemorragia, ou seja, a eliminaçăo de sangue pelo bico do pássaro, talvez de origem pulmonar.
Tratamento das Formas Brandas
A experięncia de vários grandes criadores indica que quanto mais precoce a ajuda ao canário em choque melhor. Para tanto, procuram evitar a fixaçăo do pássaro no estado de choque, transportando-o para um local com luminosidade menos expressiva, molahndo a sua cabeça, mexendo com o mesmo para alterar o centro de atençăo do canário.
Ressalta-se que estas atitudes săo paliativas e válidas somente para os choques luminosos brandos, nos quais existe uma recuperaçăo rápida do pássaro.
Tratamento das Formas Graves
Considerando uma associaçăo com tratamentos empregados em seres humanos, foi elaborado um tratamento experimental para as formas graves do choque luminoso.
Da mesma forma que as atitudes paliativas mencionadas anteriormente, o tratamento deve ser empregado ao notar-se as primeiras convulsőes, sendo que consite na aplicaçăo de um benzodiasepinico, isto é, um calmante com diazepam, Válim, Lorax, Somalium, Lexotan, Nitrepaz, etc. nas suas formas de comprimidos ou injetáveis.
A nossa experięncia indica como recomendável uma soluçăo "caseira" constituída, por exemplo, de 1/4 de comprimido de 5 mg de qualquer dessas grodas, o qual maceramos em aproximadamente 10 ml de água destilada ou filtrada e aspiramos o líquido sobrenadante para uma seringa de insulina, facilmente adquirida em qualquer farmácia.
Esta soluçăo será administrada por via oral, diretamente no bico do pássaro, na arazăo de 3 a 5 unidades da seringa.
O efeito deste trataqmento se faz notar após alguns minutos da sua administraçăo, como a parada das convulsőes. Como efeito colateral, extremamente benéfico por sinal, ocorre o adormecimento do pássaro.
Após esse período de sonolęncia, variável em funçăo da dose ministrada do grau de gravidade do choque, bem como da resistęncia do canário, o mesmo retorna gradativamente a sua atividade normal completamente recuperado.
Conclusőes
Verificamos, ao longo do último ano, resultados excelentes com o método descrito, obtendo 100% de sucesso nas ocorręncias de formas graves de choque luminoso.
Esperamos que todos os criadores que venham a utiliza-se deste tratamento tenham igual ęxito e propiciem um retorno das suas experięncias para quie possamos avaliar melhor o método.